quarta-feira, 30 de abril de 2008

197) PARA MUNIQUE

A oferta gastronômica de Sao Paulo é incrível. Só pela grossura da revista Vejinha dá para saber do que estou falando. Como tínhamos poucos dias, foi preciso selecionar bem. Entre nossas escolhas, um almoço na tradicional churrascaria Rodeio, aberta desde 1958. O melhor nem é a carne, mas o couvert e o arroz Biro-Biro, nome de um jogador do Corinthians entre 78 e 88. O arroz foi criado no início dos anos 80 por clientes do local: o jornalista Thomaz Souto Correa um dia pediu que o maitre adicionasse ovo ao arroz branco para ficar mais gostoso, depois veio outra pessoa e pediu batata batata palha, lembrando de uma receita de bacalhau. Aí veio a cebolinha, a salsinha, o bacon ... Mas por que Biro-biro? Dizem que o arroz parecia com o cabelo do Biro-Biro, encaracolado e amarelo. Será?



Arroz a parte, outro grande momento gastronômico foi o hamburguer com bolinhos de arroz do Ritz, um dos pratos preferidos do Marcelo e da Dani. Como agora o casal carioca/paulista agora vive em Munique, me pediu para ir lá por eles. Foi um prazer, queridos!

terça-feira, 29 de abril de 2008

196) SP: ARTES VISUAIS E CÊNICAS



Aproveitei o primeiro dia de Sao Paulo para ir logo à SP Arte, no Pavilhao da Bienal. Achei a feira este ano bem mais movimentada e com mais galerias, mas achei a seleçao de obras bem parecida com a de 2007. Destaco:

O clássico que acalma:



O novo que inquieta:



Depois da feira, fomos ver a montagem nacional do musical West Side Story, o clássico que conta a história de um Romeu norteamericano e uma Julieta portoriquenha em plena NY dos anos 50. O casal vive um amor impossível em meio à rivalidade étnica de duas gangues de rua. A montagem, apesar de superbem feita, nao empolgou a platéia, que aplaudiu pouco. Para mim, o melhor foi fazer um revival de músicas como Maria, America e Tonight, que pelo o tanto que eu lembrava deve ter tocado milhoes de vezes na vitrola do meu pai.

195) O PRIMEIRO GPS ...

Consegui! Pela primeira vez na vida, dirigi pelas ruas da caótica Sao Paulo. Eu e Zelia alugamos um carro com GPS para nosso fim de semana prolongado em Sampa e deu supercerto - coisa que achava que nunca aconteceria. A primeira reaçao foi de raiva: aquela maquininha falando sem parar, principalmente ¨recalculando¨, e eu dirigindo em meio a um milhao de carros e motos histéricos. Mas hoje, 5 dias depois, me declaro apaixonada. Fomos a todos os lugares que queríamos sem nos perder (praticamente). Show.

O Global Positioning System inclui quase 30 satélites em volta da terra e foi desenvolvido (e é controlado) pelo departamento de defesa americano. Cada satélite transmite 2 sinais: um civil e um militar. Se o civil mostra onde está seu carrinho, imaginem o que faz o militar, muito mais preciso?



O aluguel aconteceu um dia depois de eu ter uma aula sobre desenhos artísticos com GPS. Várias pessoas saem por aí desenhando seus caminhos, ou seja, usam seu próprio deslocamento na terra, no ar e na água, como se fosse um lápis.



Outros desenhos podem ser vistos no site www.gspdrawing.com/gallery

segunda-feira, 21 de abril de 2008

194) PRÓXIMA PARADA: SP

Viagem marcada para SP e uma lista ENORME! Além de ir à SP Arte, feira no Ibirapuera, quero visitar várias galerias onde estao rolando exposiçoes bem legais:

Na Berenice Arvani tem a mostra ¨Rupturas, Frente e ressonâncias¨.



Na Milan Antonio tem exposiçao do Amilcar de Castro.



Na Fortes Vilaça tem ¨God is design¨, no Centro Tomie Othake tem Dudi Maia Rosa, no Masp tem uma mostra sobre Modernismo. Fora que sempre quero dar uma passadinha na Nara Roesler, na Luisa Strina, na casa Triangulo, ...

Isso só de galerias... depois tem Iguatemi, Daslu, Oscar Freire, jantarzinho, teatro, casa de amigos ...

Acho que vou ter que ficar mais tempo do que o planejado... minha especialidade em viagens!

193) PROGRAMAS NO PLANALTO



Aproveitei a companhia da Adri no fim de semana para ver a exposiçao do Niemeyer no Museu da República. Bem legal: tem desenhos originais, textos, maquetes.






De lá, fomos à Catedral ( mais uma vez!). Por sorte, sempre consigo me divertir tirando fotos.




Outro programa do fim de semana foi uma feira de artesanato no Centro de Convençoes Ulisses Guimaraes, onde nunca tinha ido e aproveitei o exterior para uns ¨clics¨.



Do lado de dentro, nao tinha muita graça. A feira era uma espécie de feira da Providência em miniatura, com barracas que iam do Paquistao ao Piauí.

192) AMIZADE DE INFÂNCIA



Nada como amizade de infância, daquelas que a gente pode conversar calado e falar durante horas sem dizer nada. Com amiga de infância a gente é criança a vida toda. Vira adulto e ...

... continua cuspindo coca-cola na hora da gargalhada;
... experimenta roupa junta em cabine e desfila no meio de loja lotada para a outra ver se a roupa é bonita mesmo;
... chama para ir ao banheiro fofocar;
... tem ataque de riso na hora do cansaço;
... divide brigadeiro de colher e o ketchup da batata;
... adverte para nao ser abduzido por extraterrestres cafonas na hora de fazer shopping;
... mostra uma ruga nova e receita tratamento;
... fala de medos novos e antigos, de familia, de amor, de solidao ...
... faz pose para foto brincando de modelo;
... morre de rir da piada sem-graça da outra;
... se perde na cidade sem medo;
... canta desafinado sem vergonha;
... até que deita na cama para os últimos minutos de conversa ... e sempre deixa a outra falando sozinha!



Conheço a Adri da vida toda: para dar uma idéia nossas avós eram amigas! Adolencente, entrou para a família como filha adotiva. Sempre fomos absolutamente diferentes e sempre nos demos bem nessa diversidade. Passamos 3 ótimos dias. Dá para ver?





:

quinta-feira, 17 de abril de 2008

191) VISITA, OBA!

Sai Gustavo, entra Adri. Pela foto abaixo, imagina se vamos ou nao nos divertir?

190) DILEMAS DA VIDA


Matar uma lagartixa pequena é pecado? Deve ser... Mas conviver com uma .. ninguém merece. Esta é minha nova companheira: só aparece quando o Dado nao está e detalhe: aparece onde quer que eu esteja. Lagartixa com complexo de cachorro, só faltava essa. O que eu faço?

189) A DOR E A DELÍCIA DE SER ESTUDANTE - CAPÍTULO 2



Segundo dia de aula. Errar é humano, persistir no erro é burrice: cheguei cedo outra vez! Uma vaga em frente à entrada do prédio esperava pela Helena, mudando meu cronograma. Fui caminhando devagar pelo corredor, tentando fazer hora -como se mudasse muito, mas tudo bem - e ... primeira sorte do dia: a professora já estava lá. Entrei na sala, falei com ela e com uma aluna e fui me encaminhando para meu lugar ( aquele, mais no fim impossível). ¨Mas você vai sentar DE NOVO lá naquele lugar horroroso e que ainda por cima hoje vai estar sufocante por causa da falta de ar condicionado?¨ ¨Ah, é verdade...¨ ¨Senta aqui na frente¨. Putz... segunda aula, segunda fila. Lá estava eu: exposta. Consegui ligar meu computador de primeira ( segunda sorte). A aula começou logo e mais uma vez adorei. Arte computacional, arte comunicacional, sites de divulgaçao, sites de realizaçao, etc. Acho que vou gostar de trabalhar com web arte, já que tem tudo a ver com a ligaçao entre a comunicacao do jornalismo e a arte. A primeira parte da aula foi teórica, a segunda prática. Vimos alguns exemplos de trabalhos da internet, um deles recomendo uma entrada, por ter uma interatividades visualmente bem legal.

www.uncontrol.com.

No final da aula, fui até a professora dizer que achava que ainda nao tinha condiçao de fazer o trabalho final ( um site), pela minha falta de prática: ¨Claro que tem, ainda mais que você vai estar em grupo. ¨O problema é que eu nao tenho grupo. ¨Ah, isso a gente resolve.¨ Bem, lá estava eu, parada em frente à turma e a professora grita: ¨gente, tenho aqui a Patricia. que é nova, e está sem grupo. Quem pode recebê-la no grupo? 1 seg...2...3...4...5... (silencio)...6...7...8...(silêncio). Moral da história: quando você acha que algo nao pode piorar, piora! em 10 segundos, nao ouvi nenhuma voz. Até que um cara no final da sala (sim! no meu antigo lugar!) levantou a mao e disse que o grupo dele ¨meio¨ que nao existia, mas que a gente podia formar um, com mais uma menina que estava viajando. Yes! Nada melhor que um grupo virtual para um trabalho virtual.

Moral da história 2: tem sempre um sapato velho para um pé descalço.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

188) PAT, BUTCH AND SUNDANCE

Você sabe qual é a música que estava nas paradas de sucesso no dia em que você nasceu? A Bel e o Rodrigo, meus amigos cariocas, me apresentaram ao site:

http://www.joshhosler.biz/NumberOneInHistory/SelectMonth.htm

Fiquei sabendo que a música que ¨bombava¨ Nos EUA no dia 6 de janeiro de 1970 era
"Raindrops Keep Falling on My Head", de B.J. Thomas.



O site mostra a música number 1 em determinado dia segundo a revista Billboard. Clicando na música, o você vai direto ao Itunes Store.

¨Rain drops...¨ foi composta por Burt Bacharach e Hal David para o filme ¨Butch Cassidy and the Sundance Kid¨(1969). Legal, né?

sexta-feira, 11 de abril de 2008

187) A DOR E A DELÍCIA DE SER ESTUDANTE

Primeiro dia de aula. Cenário: UNB, a Universidade Nacional de Brasília, top 10 da mídia brasileira na última semana. Dirijo até a universidade sem saber ao certo o que encontrar. Há 7 dias, os alunos ocuparam o prédio da reitoria para pedir a renúncia do reitor Thimoty Mulholland. Nenhuma barricada no caminho. Yes! Chego ao Departamento de Artes Visuais 10 minutos antes do horário da aula e caminho de um lado para o outro do corredor lendo cartaz por cartaz pregados nas paredes. Sao bastante repetitivos, mas como nao conheço viva alma, melhor ler e reler, ler e reler. Na minha andança estilo espera de maternidade, encontro adolescentes conversando, jovens tocando violao, sentados conversando, ouvindo MP3 e alguns exemplares deitados no chao, que nao deve ser limpo desde a inauguraçao do prédio, como se estivessem em lençois de seda. Será naturalidade da juventude, vontade de se contactar com a terra, uma espécie de instalaçao pós-moderna ou terapia comportamental contra TOC? Pensando bem, pode ser apenas loucura ... deixa para lá.

Vejo que alguns alunos começam a se juntar na porta da sala ainda trancada e me encaminho para ¨meu grupo¨. Um sorrisinho e uma balançadinha de cabeça é tudo o que faço. Foi muito. Minha presença (nova no grupo) nao gerou a menor curiosidade. Nem uma levantadinha de cabeça. Tudo bem, nem sempre estamos para ser notados. Fico abraçada à minha pasta amarela ouvindo a conversa timidamente até que a porta do laboratório abre. Uma sala com uns 20 computadores, batante xexelenta para ser um laboratório de artes visuais, mas tudo bem. Estamos na UNB e o reitor precisou gastar a ¨plata¨ reformando seu apartamento ( em tempo: o reitor é acusado de ter gasto 470 mil reais de recursos de projetos da universidade para decorar seu ap!). Escolho o último computador, ao lado da janela, embaixo de um arcondicionado. Ali minha rara presença seria menos notada. Começa a aula. Todos ligam seus computadores. Todos em termos. Todos menos eu. Nao consigo. Peço ajuda discretamente, alguém resmunga algo de windows mas nao consigo. Desisto antes de chamar muita atençao. Muitos levam os próprios laptops. Um deles, uma máquina minúscula que faz sucesso como um pequeno frasco de Chanel número 5. Quem nao leva notebook, leva pendrive. E eu nem ao menos consigo ligar o meu desktop.

Faço o máximo de esforço para entender toda a aula, já que na sei muito do assunto e estamos numa turma de mestrado/doutorado em arte e tecnologia. Mas, infelizmente, minha atençao fica dividida entre a professora e a bomba relógio a meu lado. O ar condicionado pinga sem parar, as gotas caem pelo fio do computador e escorrem em direçao à tomada. Um pouco mais abaixo, a chuva condicionada vai formando uma poça que me obriga levantar os pés e rezar. Decido que nao posso mais esperar sob o risco de ser eletrocutada e interrompo a aula: ¨Professora, uma pergunta: isso aqui ao lado é assim mesmo ou tenho que me preocupar?¨ O grupo que vinha fazendo perguntas bem mais interessantes se desaponta com minha intervençao mundana, mas a professora rapidamente vem me ajudar. Tentamos fazer um dique com papel toalha e, impossibilitadas de conter a cascata, decidimos que o jeito é desligar o aparelho. O calor aumenta imediatamente e torna o ambiente ainda mais insuportável. Intervalo. Ufa...

O que penso que vai ser um descanso se torna um martírio ainda maior: o que se faz num intervalo de aula quando nao se conhece ninguém? Vou até a cantina, compro um mate, passeio na livraria, finjo interesse por livros didáticos, dou mais uma volta no corredor dos cartazes e decido ligar para o Dado, estudante experiente, que poderia me ajudar. ¨É isso mesmo, Pat. Você come algo e depois me liga.¨Descobri que todos os dias ele me liga da aula nao por querer saber onde estou, como alega, mas por desespero de aluno desencaixado. Como a vida é cruel...

Termina o intervalo. Dentro da sala, agora faz mais de 40 graus. É uma espécie de container decrépito cheio de organismos vivos pensantes. Essa é a parte boa. Somos um grupo de mais de 20 pessoas dispostas a pensar. Aprender, raciocinar, opinar, discutir e realizar. A primeira aula foi sobre telemática, ciberespaço, paradigmas da imagem, telematic embrace, sublime tecnológico e identidades. Se você nao entendeu nada, nao se desespere. Eu pensava que nao entenderia nada e estou conseguindo seguir... algo.

Depois de aprender esses e outros conceitos, passeamos por alguns exemplos de web-art. 4 horas depois, terminava a saga da minha primeira aula universitária depois de 15 anos de formada - e havia sobrevivido. ( confesso que agora quase morri ao escrever 15 anos...) Dirijo meia hora de volta para casa, morta de calor, cansaço e dor de cabeça ( com certeza por causa dos ácaros). Cada um sabe a dor e a delícia ...

Amanha tem mais!

Exemplo de web art para você se divertir ( ou nao) :

www.desvirtual.com/nike

quarta-feira, 9 de abril de 2008

186) SP ARTE

De 24 a 27 de abril, acontece em Sao Paulo, a SP Arte, uma feira que reúne dezenas de galerias nacionais e estrangeiras no Pavilhao da Bienal, no Parque Ibirapuera. É uma feira muito menor do que a Arte BA, de Buenos Aires, e nem se compara à Bienal, mas tem muito boa qualidade. Na ediçao do ano passado, o que mais me chamou a atençao foram as obras de artistas de renome nacional, como Milton da Costa, e o preço delas.



A feira também serve como ótima oportunidade de ir a SP e passear pela galeria a céu aberto ( embora poluído) que é a cidade.

185) POWER ABS



Nada como um belo abdômen (ou abdôme). Pois é, estou me esforçando para pelo menos perder a fábrica de pneus. Cheguei em casa hoje e ao abraçar o Dado ele me diz: ¨sua barriga está tremendo¨. Pois é, meia hora depois da fatídica aula meu corpo continuava como se eu estivesse em plena academia. A professora de Power ABS é a Luciana, maravilhosa e hiperativa. A aula de hoje foi com o bolao, para mim a melhor maneira de fazer abdominais sem ter dor na lombar. Bom, o post é só para dar um incentivo!

Para garotas:



Para garotos:

terça-feira, 8 de abril de 2008

184) DE ISLAMABAD PARA O PLANALTO CENTRAL

Esta semana estamos com hóspede em casa. O Gustavo chegou aqui no domingo à noite, depois de uma longa viagem, vindo de Dubai. Da capital dos Emirados Árabes até Sao Paulo sao 15 horas de voo. Desde setembro, ele mora no Paquistao. Isso mesmo, Paquistao, aquela república islâmica no sul da Ásia que faz fronteira com o Afeganistao, com o Ira, China e India e é considerado um dos países mais perigosos do mundo. Explico: ele é diplomata.



Os motivos da periculosidade paquistanesa vao além de o país, alegadamente, servir de base para terroristas islâmicos fugidos do Afeganistao. O país é uma potência nuclear com dezenas de bombas atômicas que podem ser usadas numa guerra com a Índia - o segundo país mais populoso do mundo, com mais de um bilhao de pessoas. Os problemas do Paquistao com a Índia vêm de longa data.

O Paquistao nasceu com o fim do dominio colonial na India, em 1947. Os britânicos voltaram para casa por causa da intensificaçao dos conflitos entre muçulmanos e hindus. O jeito encontrado pelos colonizadores foi aprovar a partilha do território em dois estados: um de maioria hindu (a Índia) e outro de maioria muçulmana (o Paquistao). No entanto, a separaçao até hoje gera problemas. E aí é preciso voltar na história mais uma vez para entender. No primeiro momento, o Paquistao era formado por duas regioes separadas por 1.600 quilômetros de território indiano: havia o Paquistao e o Paquistao Oriental. Até que os separatistas da parte oriental, apoiado pelos hindus, conseguiram a independência da regiao em 1971, formando o que hoje é Bangladesh.

A nova pedra no caminho das boas relaçoes entre Índia e Paquistao é a regiao de Caxemira, no norte da Índia.



A Caxemira vem sendo disputada pelos dois países desde a saída dos britânicos. Na época, a ONU determinou que o destino da regiao, de maioria muçulmana, fosse decidido num plebiscito, mas o que aconteceu foi uma guerra entre os dois países que terminou dividindo a Caxemira em 1/3 para o Paquistao e 2/3 para a India. Nao foi o fim dos problemas. Os separatistas que vivem na parte indiana seguem a lutar pela independencia e a Índia acusa o Paquistao de apoiá-los. Os dois países quase chegaram à guerra total em 1999, mas as tropas paquistanesas, que haviam invadido o território, recuaram. Foi esse recuo que levou o atual presidente paquistanês Pervez Musharaf ao poder. Ele deu um golpe de estado que derrubou o governo de Nawaz Sharif, desmoralizado ante denúncias de corrupçao.



Outro problema do Paquistao é o conflito interno entre uma classe média moderna que pede mais transparência ao governo ditatorial e radicais islâmicos que gostariam de um regime teocrático ao estilo Taliban, sob as leis mais estritas da Sharia. A maioria da populaçao paquistanesa (a sexta maior do mundo depois do Brasil, com 165 milhoes de habitantes) é de muçulmanos.

Recentemente, a tensao política levou ao assassinato da ex-primeira-ministra e líder da oposiçao Benazir Bhutto. Isso foi em janeiro deste ano. Benazir Bhutto havia voltado ao Paquistao depois de um autoexílio de 8 anos, provocado por denúncias de corrupçao. Ela fez um acordo com o governo de Musharaf e voltou para concorrer novamente à chefia do governo. Benazir Butho foi a primeira mulher a chefiar um governo islâmico e fez isso por dois mandatos (de 88 a 90 e de 93 a 96). Voltou ao país em outubro e escapou de um atentado logo em seguida. A mesma sorte nao teve em janeiro: quando saía de um comício, foi morta num atentado suicida perto de Islamabad, junto a outras 20 pessoas. O cargo de primeiro-ministro foi assumido por Yusuf Raza, do mesmo partido de Bhutto, o PPP, Partido do Povo Paquistanês.



O Paquistao vem recebendo ajuda financeira dos Estados Unidos desde o 11 de setembro, pela cooperaçao na luta contra o terrorismo. A economia vem crescendo e atraindo investimentos estrangeiros, mas o dinheiro é pouco para solucionar tantos problemas no país, que tem como capital Islamabad e como principais cidades Karachi, Lahore e Faisalabad. A agricultura é a principal atividade econômica do Paquistao (27% do PIB), um dos maiores produtores de algodao do mundo. Mas a pobreza está por toda parte. 2/3 da populaçao adulta é analfabeta.



Somado a isso, está o problema do clima de invernos rigorosos e veroes de temperaturas que chegam aos 45 graus. Vale lembrar que o abastecimento de gás para calefaçao é precário e somente 1/3 da populaçao tem acesso a água potável.

Para um estrangeiro, as dificuldades sao indescritíveis. Para citar uma delas, está o fato de viver num país islâmico, onde os códigos de conduta sao totalmente diferentes aos nossos. Bebida alcoólica e carne de porco, nem pensar. Dois beijinhos, muito menos. Só uma coisa ajuda: a língua oficial do país é o inglês. É no idioma que está escrita a constituiçao do país e é nele em que se comunica a elite paquistanesa. Só a elite. Porque a maioria fala mesmo é urdu. Alwiddah!

183) INSETOS ME MORDAM!


Se eu estivesse no Rio estaria em pânico. Minha casa virou um hotel de insetos. Dado, com sua mania de escancarar as janelas, abre as portas para os mais diversos tipos insetívoros. Quando estou pintando, preciso varrer espécies que ficam grudadas na tinta fresca e correm o risco de ser fossilizadas na tela para sempre. Agora mesmo recorri a um RAID para me livrar de alguns exemplares ruidosos sobre minha cabeça. À noite, na hora de dormir, os mosquitos nos enlouquecem. Minha campanha por um mosquiteiro na cama teve resultado negativo e o jeito é conviver com o Dado caçando micro inimigos no meio da noite, com furia digna de filme. Devia fazer um video um dia desses da ¨caçada nortuna¨. Por sorte, os aedes moram em outra freguesia e os mosquitos só trazem mesmo dor de cabeça pela falta de sono.

ps: a foto de ¨Os pássaros¨ é licença poética

182) RESTA UM



Meu estoque de vinho argentino está acabando. É um momento muito triste. Já voltei de Buenos Aires há seis meses, mas nao consegui deixar o vício de uma ¨copa¨ à noite, antes do jantar. É o meu momento com meu vinho. O Dado nem liga, trocou o vinho pela cerveja há muito tempo e em casa só mesmo coca-light. Sorte dele. Nao estaria como eu agora, que abro a antiga geladeira de madeira e vejo que só restam pouquíssimas garrafas ( e isso que o Seba e a Maria trouxeram uma caixa de presente). Como faço agora? Comprar vinho aqui vai ser caríssimo, digamos, impossível. Aceito sugestoes, dado que o momento de desespero me impede de pensar.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

181) FAMILIA BLOGUEIRA

Muitos blogs na minha família e nunca falei deles, que horror! Coloquei agora nos links, vale a pena dar uma olhada. Hoje passeei por todos e me diverti! A Bruna com o humor impagável e a indignaçao com o mundo no SEUMARTIN, a Lê com a moda supercarioca da Fulanas na FULANASMULTIMARCAS, a Julia e os devaneios adoráveis dos amigos no EUESCREVO E TE CONTO. A Ana Paula acho que nao tem mais o blog que tinha, vou averiguar. Bom, a foto é meio ¨onde está Wally¨, mas vamos lá:



A Le está sentada bem no meio, de camiseta branca e sorriso no roso. Ao lado aparece a Julia, decabelo encaracolado curtinho, atrás dela está só a carinha da Bruna. A Paula, cujo sumiço do blog está sendo investigado, é a de blusa amarela no chao.

domingo, 6 de abril de 2008

180) NA LOCADORA

(estou eu devolvendo o dvd ¨O preço da coragem¨ no Blockbuster das Lojas Americanas e acontece o seguinte diálogo com o caixa):

- O filme é bom?, pergunta ele.
- É.
- Eu sou apaixonado pela Angelina Jolie. Na verdade, eu sou casado com ela, mas ela ainda nao sabe.

179) A HEART IN NY



Preciso ir a NY.

Digo preciso porque preciso mesmo. Como vacina que a gente tem que tomar em determinadas épocas da vida para nao ficar doente. Minha última foi contra febre amarela para ir a Venezuela lá no início dos anos 2000 ( isso nao conta, né?) Vacina contra a falta de charme de Brasilia, contra a falta de galerias interessantes por aqui, contra a falta de um museu ( o museu de arte de Brasilia vive fechado por falta de verba), de delicatessen na esquina, de bater perna na rua e isso ser o programa.

Lista dos ¨preciso¨:

- Preciso ver a reforma do Moma que está quase sendo refomardo de novo e ainda nao vi;
- Preciso perder horas no Metropolitan;
- Preciso conhecer o Meet Pack District, já que na minha época o bairro mais novo da Big Apple era Tribecca e o point o restaurante do De Niro;
- Preciso exercer meu lado hippie-chic na Anthropologie, meu lado esportivo-moderno na Stella McCartney, meu lado masculino na Abercrombie & Fitch, meu lado dona de casa na Crate and Barrel, meu lado fashion na Marc Jacobs, sonhar experimentando um sapato Jimmy Vhoo, rodar as araras de promoçar da Gap como roleta em busca de tesouros perdidos a 3,99, folhear todos os livros pesadíssimos que nao vou comprar na Barnes & Noble, ver os judeus de tranças cacheadas na B&H, ver as ultimas listras do Paul Smith, ...
- Preciso comer na Dean and Deluca;
- Preciso sentir o cheiro doce insuportável das esquinas ( será que ainda é assim?)e apertar o passo para sair delas;
- imaginar se a calçada da Quinta Avenida fosse de madeira o barulho que os sapatos frenéticos fariam;
- brincar de Woody Allen andando no Gramercy Park e inventando histórias sobre os vizinhos com a chave da praça;
- andar pela rua carregando nem que seja o menor modelo da brown bag da Bloomingdales;
- caminhar no fim de semana pelo Central Park, sabendo que dessa vez nao vou encontrar o John John;
- andar de metro com a confiança dos velhos tempos;

Mas o que eu quero mesmo é que tudo isso seja apenas vírgula da minha sonhada viagem, onde o que eu quero mesmo é ver tudo o que há de novo naquela cidade em que estive quando era jornalista. Com certeza, agora como artista plástica, vai ser tudo diferente. Tudo ainda melhor.

sábado, 5 de abril de 2008

178) LIVRO + TESOURA = ARTE



Fui apresentada hoje à Georgia Russell, uma artista plástica da Escócia. Meu amigo Marcelo, desde Munique, me mandou um e-mail com o trabalho dela e fiquei impressionada com o trabalho.



Para ver outros trabalhos ...

http://www.englandgallery.com/artist_group.php?mainId=32&media=Constructions%20%26%20mixed%20media

http://www.funforever.net/archives/dont-try-this-at-home/

177) AMY WINEHOUSE



Ela é doidinha e canta muito. A inglesa Amy Winehouse nasceu em 1983! e já ganhou 5 grammy. Vive rodeada de escândalos relacionados a drogas. Depois de ouvir ¨Rehab¨mil e uma vezes no rádio, principalmente, passei a ouvir "tears dry on their own¨ - vale conferir no youtube! ( basta clicar ao lado)

quinta-feira, 3 de abril de 2008

176) AMOR ÁGUA COM AÇUCAR



Comédia romântica é bom de ver sozinha ( digo sozinha porque só uma mulher faria isso). Aluguei ¨Love and other disasters¨ e me diverti com a água com açucar! O filme é superdescartável, mas olha que boa combinaçao: takes de Londres, roupas lindas, bastidores da Vogue inglesa, uma garota que divide o apto com o amigo gay e um cara charmoso interpretando o argentino Paolo Sarmiento ( Santiago Cabrera). Fica a dica para a mulherada - mas nao se atrevam a convidar um homem para assistir com vocês!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

175) O CAOS DO RIO



Estava lendo na internet sobre a epidemia de dengue e me deparei com um comentário do Arnaldo Jabor em que ele diz que a dengue é apenas a forma microbiológica que expõe o caos no Rio. Vale a pena. O que mais será que precisa acontecer para que o Rio dê uma reviravolta? É apavorante ver uma epidemia como esta em pleno século XXI. Fala-se em quase 60.000 casos e 67 mortes no estado, só neste ano. Em tempo: o Rio é esta cidade aí da foto:

174) PALAVRAS CRUZADAS



Troquei o Sudoku pelas palavras cruzadas. Passei meses da minha vida tentando passar do nível básico para o médio naqueles quadradinhos japoneses que desafiavam minha básica lógica e me matavam de frustraçao ... Agora me viciei em crosswords. O bom, é que ao invés de eu perder horas com os ¨numerinhos¨, agora aumento meu vocabulário e exercito a memória. O texto em seguida eu fiz com palavras que aprendi esta semana. O último texto é a traduçao do primeiro!

Era uma mulher torosa que alabarava homens com um jeito quase fescinino. Com o eterno vestido nédio vitelino, era tida como a solteira mais eversora da cidade. Iliçava suas presas de forma ominosa e nao havia óbice que a fizesse parar. Mas um dia, a ataraxia desapareceu. Surgiram-lhe plicas por todas as partes e passou a ser tida como a mais rebarbativa. Tentou, em vao, dissimular sua nova condiçao. Com o tempo, tornou-se macambúzia, amuada. Trocou seus dias na janela por eternas horas trancada na ucharia. Presa como um hirco. Somítica de olhares e felicidade.

Era uma mulher carnosa que incendiava os homens com seu jeito quase obsceno. Com o eterno vestido amarelo-ovo brilhante, era tida como a solteira mais destruidora da cidade. Enganava suas presas de forma nefasta e nao havia obstaculo que a fizesse parar. Mas um dia, aquele estado de felicidade desapareceu. Surgiram-lhe rugas por todas as partes e passou a ser tida como a mais estranha, a mais desagradável. Tentou, em vao, dissimular sua condicao. Com o tempo, tornou-se melancólica, enfadada. Trocou seus dias na janela por eternas horas trancada na despensa. Presa como um bode. Avara de olhares e felicidade.

173) FLASHES DA CATEDRAL

















Encontrei as bandeiras do Brasil e da Argentina nessas últimas duas fotos. Será?