sábado, 31 de janeiro de 2009

Técnicas para pegar sol em Brasília ...

... e não morrer de calor!

Quer mais?



Ontem à noite depois de pensar muito em sair ou não sair decidimos encontrar com amigos na Asa Norte. Pensar muito porque de casa até lá não é nada perto e não nos anima muito os bares das quadras comerciais. Tomar cerveja na calçada, sob pilotis não é dos melhores programas, mas fazer o que? Em Brasília é assim. A maioria dos bares e restaurantes ficam nas quadras da Asa Norte e da Asa Sul. Tento pensar que as superquadras foram feitas seguindo o urbanismo de Le Corbusier, tento lembrar da teoria de que os pilotis foram feitos para democratizar a circulação e fazer com que os prédios flutuassem sobre a cidade, sem ocupar espaços. Para quem passou a infância em Brasília os pilotis são inclusive adorados, pelas boas recordações de brincadeiras e namoricos entre as pilastras. Para a gente, parece estar no Balança mas não cai da Presidente Vargas. Resumo da ópera:

comemos pizza de salaminho e pastel de queijo em prato luminarc branco com talheres de inox com cabo laranja de plástico descascado.

Quer mais?

Desjejum

Depois de um ano e meio sem tv a cabo aqui em Brasília, nos rendemos. Ontem, por fim, instalaram a NET aqui em casa. Não queriamos exatamente TV a cabo, mas um bom servidor de internet e contas telefônicas mais baratas, daí a decisão de comprar um combo NET. Agora vamos ver no que dá.

Não ter TV a cabo é dar espaço `a conversa, leitura e muito estudo. Além de dar espaço `a novela da Globo e ao Jornal Nacional. Mas ter cabo tem suas vantagens, a começar por não ver esses dois programas por trás de chuviscos, ou melhor, de um temporal - nunca adiantou colocar bombril na antena! Outra vantagem, a maior delas, é ter o prazer de zapear...



... o prazer de esperar o sono chegar mudando de galho em galho, ops!, de canal em canal. Na primeira noite, basicamente zapeei ( na verdade acho que vai se sempre assim). A tentação de mudar de canar supera geralmente a qualidade de um programa para te manter fiel durante muito tempo. Parece que o dedão passa a agir de forma involuntária, pulsando a tecla channel a cada 10 segundos. Vai e volta, volta e vai.



Fui buscar a origem da palavra ZAP na internet. Há quem diga que vem da onomatopeia para algo feito rapidamente. Outros afirmam que a origem é o verbo alemão zapfen.

Minha primeira curiosidade era assistir GNT, onde trabalhei durante 10 anos. Vai aí uma "palhinha" para quem nunca viu:



Estava passando Mothern, que muito não tem a ver comigo. Depois começou um tal de Bliss, sobre uma jogadora de hockey tarada pelo dono do ringue. Depois, mais sexo. Em outro canal, pegadoras e mais sexo. Zap! Mais sexo. Vamos combinar: para isso acho que não precisa ter tv a cabo, né?

Preciso me informar urgentemente do que há de bom na tv a cabo brasileira hoje em dia. Alguém me ajuda?

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Novos talentos



Tem talento novo no mundo moda: Daniela Chuahy. Minha querida amiga de SP deixou anos de marketing, passou um tempo em Munique, foi a Londres estudar moda e agora está morando no Rio e começando nova fase da vida: como designer de bolsas. Ela acaba de publicar o www.danielachuahy.blogspot.com mostrando seu trabalho. Dentro de cada bolsa vem uma dose do seu maravilhoso bom humor, que ela deposita em cada uma delas.

Se uma bolsa te sorrir um dia, não se assuste: é uma bolsa da Dani!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

É duro confessar

Os guias de bons modos dizem que palitar os dentes deve ser tarefa solitária, realizada em lugar fechado e de preferência com pouca luz (para nem você mesmo ver aquela cena horrível). Bom, ver BBB devia ser assim, algo a se fazer de forma absolutamente clandestina, tal como consumir drogas pesadas. Mas como estamos em tempos de globalização da informação, confesso meus pecados em público: eu assisto Big Brother!



Admito, mas me defendo: este é meu PRIMEIRO BBB ( e já se passaram 8), depois de 7 anos morando fora do Brasil. Era uma experiência que eu tinha de passar por ela, como boa conterrânea dos humanos do século XXI. Assisto pouco, mas assito. Não tenho TV a cabo, muito menos pay-per-view. Ou seja, gasto alguns minutos de algumas noites com tal reality show, mesmo assim embutindo outras tarefas durante o programa. Naquela hora, esqueço dos problemas da vida. É mais ou menos como fazer sudoku - não dá para pensar em mais nada na hora de preencher aqueles quadradinhos infames.

No caso do BBB, eu assisto, critico, imagino quem vai ficar famoso, analiso, tenho pena, raiva, nojo, rio, tento entender aquela história de líder, anjo, paredão ( já que sou novata). Tudo ao mesmo tempo agora. Na verdade, minha missão é basicamente: a falta de modos, a falta de oratória, a falta de "senso de noção", como dizia uma velha amiga, a depravação da mulherada, a sujeira daqueles edredons, e por aí vai.

Depois de muito criticar, o que não é nenhuma novidade, eu sei, passo a analisar e encontro na "Casa" o nosso Coliseu.



Muito parecido com o anfiteatro romano , mas melhorado - para os promotores do evento, claro, o público ganha até menos. Li na Internet que cada paredão em 2008 rendia só de ligações a 0,30 centavos quase 9 milhoes de reais. O vencedor sai com 1 milhão ( eu prefiro a proposta indecente do Robert Redford).

- O Coliseu tinha capacidade para 50.000 pessoas; agora são milhões de espectadores, gritando, torcendo pelos gladiadores do século XXI.

- Os lutadores escravos da Roma Antiga viveram Nanas e Nonos, com armaduras reduzidas a muito pouco pano.

- Como no passado, os gladiadores de hoje enfrentam rivais em troca de muito dinheiro e fama. Saem de lá mas não deixam a mídia. Viram ex-bbbs, com emprego e novela e capa de Playboy

- A arena romana tinha um palco de madeira coberto de areia (arena = areia), para absorver o sangue dos combates. Na "casa", festinhas amenizam a barbárie.

- As fofocadas na piscina lembram os tempos das batalhas navais do Coliseu inundado.



- Repete-se hoje exatamente a política do Panis et Circense, instituída pelo Império Romano para distrair o povo e amenizar sua revolta contra os problemas sociais. Distraídos com pão e circo, os possíveis revoltosos eram afastados da política e das questões sociais.

O Big Brother apaga o passado recente visto no Jornal Nacional. Só falta um detalhe: a Globo mandar distribuir pão de queijo Brasil afora na hora do reality. Pensa nisso, Bial.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Quero um apartamento!



O ser humano é mesmo um animal insatisfeito. E o é por ser um animal pensante. Penso, logo reclamo. Alguns, vamos e venhamos, reclamam mais do que outros.

Justica seja feita: tem humano que não reclama. Lembro da minha amiga Kátia como a maior Poliana que já conheci. Uma vez estávamos em Lumiar ( sim, eu era hippie na adolescência), numa pousada bastante modesta, e fomos tomar um chá em outro hotel, absolutamente superior. "Ah, é bonito, mas a nossa pousada é muito melhor". ã-hã. Era uma espelunca.

Mas a maioria reclama. Um bom exemplar sou eu. Reclamo muito ( será porque penso muito??). Nos últimos tempos, reclamo basicamente de Brasília.

O Dado é outro ser que reclama, e quando exagera, fico atrás dele imitando o rabugento. Descontrai.

Mas sobre as últimas reclamações dele nem dá para fazer piada: é a tormenta doméstica.

Esqueçamos o roubo das minhas jóias no condomínio mais seguro de Buenos Aires, em 2007. Apaguemos o assalto de maio de 2008 aqui em Brasília:  o prejuizo material, o trauma psicológico, a instalação da cerca elétrica ao melhor estilo Guantanamo, o alarme, o celular quase em linha direta com o Jack Bauer e o Michael Scofield. Desde que voltamos das curtas férias no Rio, tudo acontece aqui em casa. Primeiro foi o velho conhecido de todos, senhor gambá, que agora venho a descobrir que nao é gambá, mas um marsupial híbrido, típico do cerrado, com nome tipo "sarui" ao algo do gênero. Hoje, voltaram a aparecer, digamos, fezes marsupiais, na garagem! " é que estes animais vivem em familia", diz o jardineiro. Pronto, ferrou.
 
Há uma semana, estamos sem fogão, a espera do Ponto Frio, por causa da destruição maldito "ser" primo da ratazana disfarçada de Batman. Apelando para o forninho elétrico, já comemos todas as caixinhas da Sadia possíveis e imaginárias. Daqui a pouco o cocô sai quadrado.
 
Acontece. Mas será que o que segue também acontece nume espaço tão curto de tempo??

Garagem: Helena volta de viagem e desfalece. Explico: Helena, nosso querido Jeep, não aguentou o tranco de ir para o Rio e a bateria morreu.
 
Area de serviço: a parede deu para se fantasiar de Itaipu nos dias de chuva ( que são todos durante esta época do ano em Brasília). Já disse para ela que o Carnaval nem chegou, mas a bichinha jorra  água feliz da vida.

A lavalouça, mal conectada depois da faxina de lysoform para desinfectar o que para mim já era uma peste de leptospirose, "expeliu" toda a água com sabão em sua primeira tarefa pós-roedor. A cozinha parecia o Paranoá.

Enquanto isso, a máquina de lavar "pinga-ni-mim". Gota a gota, devagar e sempre. Liga para o técnico.
 
Sala: a internet funciona como nos tempos do dial-up, prrruuuuuuuuuuu......... conecta, desconecta, conecta, desconecta. E se ligar para a UOL tentando resolver é capaz de algum atendente tentar te envenenar com arma química via telefone.
 
A NET, que parecia ser uma solução para internet e além disso acabar com nosso jejum de quase 2 anos sem tv a cabo, há tres dias que marca instalação e não aparece - o maior bolo dos últimos anos. 
 
Pausa: Poltegeist na tela da tv. O display indica " sem sinal" . Pronto:  nem mais Juliana Paes e sua saga no Ganges eu tenho.
 
Jardim: nossas yucas estão sendo devoradas por  fungos, enquanto nossas palmeiras são trituradas por um animal desconhecido. "Para o fungo temos esse remédiodo aqui , excelente, que custa só 75,00 reais, mas  para as palmeiras, tem que  ir com lanterna à noite para descobrir se é saúva, cupim ou lagarta."
 
Lá fomos nós, lanterna nova, duas raiovacs novas, olhos bem abertos, pé ante pé para uma expedição noturna ao jardim. Nada. "Será que segunda-feira elas não saem para jantar?" Clic.
 
Dado, com ar de rabugento, volta para o escritório. Entre uma linha e outra da leitura, desvia a cabeça com o sonho de um apartamento. De preferência apart, com uma excelente gerência. Já dizia o velho cantor Fagner, "não dá pra ser feliz, não dá pra ser feliz."

A pedidos ... fotos de Buzios

Pat na Ferradurinha



Sala da nossa linda casa alugada, com vista para a Praia dos Ossos - detalhe para o transatlântico ao fundo



Pat com Fernanda, Leticia e Juliana



Tia Pat com Lele numa das mil expedições pelas pedras



Por do sol visto da nossa casa - ponto alto do dia!



Juju posando para a fotógrafa oficial do grupo

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Your song

Outro dia estávamos no cinema quando o celular anuncia uma mensagem: "Estou no show do Elton John, abraço". Mandar uma mensagem no meio do show do Elton John é uma declaração de amor.

Passei a semana toda ouvindo Elton John na hora do banho ( adoro ouvir música bem alta no banheiro - pobres vizinhos ...).

... " My gift is my song and this one's for you"

ps: era o Guto, irmão do Dado, ligando para ele

Agruras do mundo moderno



Fala sério: existe algo mais irritante do que call center?? Hoje o dia foi brabo, já que passei a maior parte dele falando com o serviço técnico da UOL. Foram horas e horas de tentativas frustradas de me conectar com o provedor. Depois de muita briga, acabei desistindo antes que tivesse um ataque cardíaco. Agora, quando ia dormir, vim desligar o computador e olha quem estava aqui? a conexão.

Pior do que lidar com call center é saber que você TOTALMENTE dependente de mais uma coisa na vida: internet. A impossibilidade de conexão é igualada a uma crise de abstinência: você fica nervoso, tenta se controlar, abre um livro, lê uma página, vai até a geladeira, toma uma coca, tenta se conectar mesmo sabendo que não vai conseguir, lê uma linha, abre a geladeira de novo, come um iorgurte, dá uma olhada de rabo de olho no computador, disfarça a dependência, dá uma volta, outra volta, pega correndo a chave do carro, vai até uma lan house no meio da madrugada e suspira aliviado ao ver escrito www.google.com. Basta ver aquela barrinha do google e já nem precisa mais navegar. Pode voltar para casa e dormir. Amanhã vai ser outro dia.

ps: se eu não aparecer, você já sabe o porquê...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Yes, we can



Podemos, primeiramente, sonhar.
Depois, podemos tentar realizar nossos sonhos.
Podemos, hoje, ter acesso a informações
e podemos divulgá-la.
podemos usar o youtube para algo mais do que mostrar canções desafinadas;
podemos usar orkuts para algo mais do que paqueras desenganadas;
podemos com nossos blogs difundir idéias e derrubar o monopólio de grandes grupos de comunicação;
podemos fazer velhos e jovens se interessarem por política;
podemos votar, assim, de forma consciente;
podemos jogar sapatos em quem nos atira bombas;
podemos lutar pela paz, por liberdade, por justiça.
podemos errar e fazer de tudo para consertar nossos erros;

Não sei se podemos consertar o mundo,
mas sei que podemos tentar,
ou melhor, que devemos tentar.


obs: texto escrito no dia da posse de Obama Barak, como o primeiro presidente negro da história dos EUA, o homem que mudou a história das eleiçóes americanas, que devolveu Bush a seu rancho, que encheu as ruas de Washington quando fazia menos 14 graus, que nos deu fé num momento de crise e descrença. Se ele vai cumprir ou não nossas espectativas, não sei. O poder é complicado, o mundo é complicado. O que importa é que já ganhamos. E só ganhamos porque fizemos algo. Yes, we can.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Poesia do dia

"É a sua vida que eu quero bordar na minha
Como se eu fosse o pano e você fosse a linha
E a agulha do real nas mãos da fantasia
Fosse bordando, ponto a ponto, nosso dia-a-dia"


Vi este frase do Gilberto Gil bordada num trabalho exposto no Museu da República, aqui em Brasília, numa exposição sobre o erudito e o popular na arte brasileira. Linda, né?

ps: se quiser ouvir a música, clique no Youtube ao lado

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Para dar uma atualizada - primeiros dias de janeiro

31/12/2008 - 2009 começou em Copacabana, na Roda Gigante do Forte. Pela primeira vez, vi os fogos do ângulo de quem está dentro de um barco. Me surpreendi ao ver as explosões de cor refletidas nos edifícios, de onde acompanhei o espetáculo a vida toda. Como sempre, foi lindo. 20 minutos de festa no céu e na terra. Aproveito o flash back para dar feliz ano a todos!

06/01/2009 - Meu aniversário foi comemorado no Rio depois de muitos anos de ausência. Aproveitei para celebrar de segunda a quinta, com grupos diferentes. Adorei ser estrela por vários dias e ganhar um monte de presentes! Preparem-se que ano que vem tem mais e vai ser festão de 40 anos!



09/01/2009 - Para fazer jus ao verão carioca, fui a Búzios. Apesar de estar lotada a cidade, foram dias maravilhosos. Praias lindas, movimento na rua das Pedras, jantar maravilhoso no Quadrucci do mercado de peixes, pizza espetacular do Lo Presti no resort Apa Pau Brasil.



Voltei para Brasília bronzeada, energizada e tatuada!

WC a céu aberto



Minha sogra me contou que quando namorava o meu sogro, isso lá pela década de 60, não ia ao banheiro de jeito nenhum nas horas em que estavam juntos. Nem para um rápido pipizinho. Não queria que o pretendente a imaginasse sentada no vaso sanitário, enrolando papel higiênico na mão enquanto o xixi descia privada abaixo, e preferia morrer ao pensar no galã do lado de fora ouvindo o tímido “xiiiiiiiiiii” pelas frestas da porta do banheiro. O jeito era ficar com a bexiga prestes a explodir se o programa emendasse um cinema, um lanche e um passeio na orla de Copacabana.

Quanta coisa mudou nos costumes das moças cariocas de lá para cá. Passei o último Reveillon no Rio depois de alguns anos trocando o democrático balneário fluminense pela aristocrática Punta del Este. E descobri que a informalidade do Rio transformou a cidade maravilhosa num grande pipizódromo - e não apenas de homens.

Concordo que encarar um banheiro público com a tábua e o chão salpicados de urina alheia não é absolutamente agradável e que os banheiros químicos são inumanos, mas uma moçoila ficar de cócoras no meio da rua para “mijar” é demais para mim!

Caminhei de Ipanema até o Forte de Copacabana, onde veria os fogos na noite de 31 com meu marido e alguns amigos. O visual era lindo: todo mundo de branco, numa espécie de procissão rumo à Princesinha do Mar. Mas o odor era insuportável antes mesmo das dez da noite. Muitas vezes troquei as calçadas pelo meio da rua, tentando desviar de poças suspeitas e odores insalubres. Até então a experiência desagradável era apenas sensorial.

Mas na volta de Copacabana, muitas cervejas e champanhes depois, fui apresentada aos novos hábitos femininos. Foi nas areias do Arpoador, um ambiente bastante selecionado na chamada “festa dos artistas. Fomos dar uma olhada na primeira “rave” do ano e aproveitar para molhar os pés no mar quando tivemos que engatar marcha ré. Um corredor humano ali onde as ondas quebram e uma espuma duvidosa nos impediram de realizar a tradição dos 7 pulinhos. Eram homens e mulheres fazendo xixi lado a lado. Os homens de pé, as mulheres agachadinhas, como chinesas ou bolivianas. Algumas “mijavam” (não posso usar outro verbo para tal ato) por cima da roupa mesmo, outras arredavam a calcinha para o lado. Degradante. E pior, nem se davam ao trabalho de andar para mais longe da festa. Era ali, em frente a pista de dança mesmo, para não perder tempo. Calcinha no lugar, perna melada, e de volta à “pegação”. Enjoados do espetáculo escatológico, fomos embora, caminhando pelas ruas empoçadas de cerveja, suor e xixi. Meu estômago enjoado reclamava e minha bexiga me lembrava dos tempos da brilhantina. Será que a tropa do Eduardo Paes vai dar um jeito nisso? Sei não ... melhor comprar logo uma passagem baratinha para Punta.

Um gambá no fogão



Imagina entrar tanquilamente na sua cozinha e se deparar com um gambá em cima do fogão, te encarando com o pescoço espichado? Pois foi o que aconteceu nesse domingo com o pobre do Luiz Eduardo. Depois de alguns segundos sem respirar, branco feito chamex, o estupefato cidadão conseguiu me chamar (como se fosse adiantar alguma coisa), ainda com a porta entreaberta. Meu nojo era tanto diante da cena ( não estava segura de ser um gambá ou uma ratazana disfarçada de Batman) que eu só conseguia pensar em ir para um hotel. Respiramos fundo e pensando um pouco melhor, decidimos chamar o vigia da rua. Claro que nesse interim o bicho sumiu. Agora éramos 3, ou melhor 4! Procuramos, procuramos e nada. Abre lixeira, afasta geladeira, olha o ralo, em cima dos armários. Nada. Idéia: abrir o fogão! Sim, lá estava ele! O segurança tentava matar o animal com o cacetete, eu gritava que ia ficar sangue no fogão, Dado gritava para eu ficar calma. Para nosso desespero, o gambá conseguiu se esconder nas entranhas do Brastempo 6 bocas piloto automático. Desliga a mangueira do gás, fecha o botijão, arrasta o fogão para fora de casa, pega ferramentas, desmonta o fogão. Nada. " Mas onde é que tá o diabo desse bicho?" Escondido dentro da manta de lã de vidro que isola o forno da parede lateral do fogão. Pum! Pum! O cacetete entra em ação enquanto o Dado se enrosca nas próprias pernas e morde amão e eu continuo gritando na sala! Final da história: bicho morto, fogão inteiramente desmontado, duas pessoas quase infartadas, um seguranca com ar de herói. " Ja matei um monte desses, tira foto!" Flash. Corta. Cena dois: Pat e Dado entram no site do Ponto Frio para ver preço de fogão. Entre um clic e outro, uma fisgada atrás da orelha, um arrepio. "Melhor dormir. Amanhã pode ser que a gente tenha que buscar apartamento."