
Aproveitei a ida a São Paulo para conhecer o Museu. Por uma semana perdi a exposição sobre o Machado de Assis, mas a visita valeu somente pela exposição permanente, no segundo andar.
O museu, inaugurado em 2006, teve o grande desafio de abrigar um patrimônio não material e usou de forma eficiente o recurso da tecnologia para mostrar de forma dinâmica curiosidades sobre a nossa língua.

Entre as atrações, está um telão com mais de cem metros de comprimento que apresenta filmes sobre nossa cultura; uma linha do tempo mostrando as origens de nosso conjunto de palavra e oito terminais de computação interativos dedicados a apresentar as línguas que deram origem ao nosso português, como as línguas africanas. Imperdível.

A visita ao museu aconteceu num momento histórico da nossa língua, com a entrada em vigor no Brasil do acordo ortográfico assinado, em 1990, pelos integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O tratado visa a unificar a ortografia da lingua, falada em 8 países por quase 250 milheos de pessoas, pondo fim à existência de duas normas ortográficas oficiais: uma no Brasil e outra em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Portugal.
Os defensores do projeto dizem que o acordo ortográfico aumenta a capacidade de difusão internacional do terceiro idioma europeu mais falado no mundo, o português, aumentando assim o prestígio da língua. Entre os que são contra, muitos com medo de não se apaptar as mudanças.
Confesso ter medo de ver minhas idéias sem acento, mas como a língua, somos mutantes e mutáveis: vamos aprender. E a melhor maneira de aprender é pela leitura. Como disse o mestre Saramago num dos vídeos apresentados no museu:
"Quanto mais palavras conhecemos mais somos capazes de dizer o que pensamos e o que sentimos."